8 de jun. de 2011

ABORDAGEM CONTINGENCIAL

ABORDAGEM CONTINGENCIAL

v  A palavra Contingência significa algo incerto ou eventual, que pode suceder ou não.

v  Dentro de um aspecto mais amplo, a Abordagem Contingencial salienta que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única que seja melhor para organizar no sentido de alcançar os objetivos altamente variados das organizações dentro de um ambiente também altamente variado.

v  Os estudos atuais sobre as organizações complexas levaram a uma nova perspectiva teórica: a estrutura de uma organização e seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo.

v  A mais notável contribuição dos autores da abordagem contingencial está na identificação das variáveis que produzem maior impacto sobre a organização, como ambiente e tecnologia, para então predizer as diferenças na estrutura e no funcionamento das organizações devidas às diferenças nestas variáveis.

Precursores da Teoria da Contingência
v  A Teoria da Contingência nasceu a partir de uma série de pesquisas feitas para verificar os modelos de estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de indústrias.

v  Os pesquisadores, cada qual isoladamente, procuraram confirmar se as organizações eficazes de determinados tipos de indústrias seguiam os pressupostos da Teoria Clássica, como a divisão do trabalho, a amplitude de controle, a hierarquia de autoridade etc.
v  Os resultados surpreendentemente conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura de uma organização e o seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo.

v  Em outros termos, não há uma única e melhor forma de organizar (the best way).

v  São apresentados, pelos autores da escola contingencial, duas variáveis principais que determinam toda a organização da empresa e os relacionamentos entre suas partes: o ambiente e a tecnologia.

v  Uma das mais importantes pesquisas foi elaborada por P.R.Laurence e J.W. Lorsch; sobre a defrontação entre organizações e ambiente.
v  Duas teorias que muito contribuíram para a obtenção da teoria da Contingência foram:

§   Teoria Neo-Behaviorista – refere que o que faz evoluir o sistema organizacional, não são os paradigmas de gestão, mas sim a eficácia das suas respostas ao meio envolvente;

§   Teoria Sistêmica – que mencionou que a organização é um sistema que depende do seu sistema envolvente, do meio em que está inserida e dos subsistemas que a compõem.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

·          Sistema Aberto;
·           Sistema que depende do meio/ambiente;
·           Sistema que depende da tecnologia;
·          Binômio entre organização/ ambiente

ÊNFASE NA TEORIA DA CONTINGÊNCIA

v  Cada teoria administrativa aborda com ênfase alguns aspectos da administração (tarefas operacionais, organizacionais, as pessoas …), conforme quadro abaixo:

Abordagens Tradicionais
Ênfase nas Tarefas:
Administração Científica (Taylor)

Ênfase nas Estruturas:
Teoria Clássica (Fayol)
Organização Burocrática (Max Weber)

Ênfase nas Pessoas:

Teoria das Relações Humanas (Mayo e Lewin)
Novas Abordagens
Ênfase na Estrutura:
Teoria Estruturalista (Etzioni)
Ênfase nas Pessoas:
Teoria Comportamental (McGregor, Simon)

Ênfase no Ambiente e Tecnologia:
Teoria dos Sistemas (Bertalanffy)
Teoria da Congingência (Lawrence e Lorsch)

l  Para a abordagem contingencial são as características ambientais e tecnológicas que condicionam as características organizacionais.

A Ênfase no Ambiente

v  Tudo o que envolve externamente uma organização, é o contexto dentro do qual esta organização está inserida.
·          Ambiente Geral: é o macroambiente, ou seja o ambiente genérico e comum a todas as organizações. O ambiente geral é constituído de um conjunto de condições semelhantes para todas as organizações. As principais dessas condições são: condições tecnológicas, econômicas, políticas, legais, demográficas, ecológicas e culturais.

·          Ambiente de Tarefa: é o ambiente mais próximo e imediato de cada organização. É o segmento do ambiente geral do qual uma determinada organização extrai as suas entradas e deposita suas saídas. O ambiente tarefa é constituído por: fornecedores de entrada, clientes ou usuários, concorrentes e entidades reguladoras.

v  Como a empresa é um sistema aberto num  processo de trocas permanentes com o seu ambiente isto faz com que tudo o que aconteça  externamente no ambiente tenha uma influência interna na organização.

A Ênfase na Tecnologia

·          Sob um ponto de vista administrativo, consideraremos a tecnologia como algo que se desenvolve predominantemente nas organizações, em geral, e nas empresas, em particular, através de conhecimentos acumulados e desenvolvidos sobre o significado e execução de tarefas - know-how - e pelas suas manifestações físicas decorrentes - máquinas, equipamentos, instalações - constituindo um enorme complexo de técnicas usadas na transformação dos insumos recebidos pela empresa em resultados, isto é, em produtos e serviços.

·          A tecnologia pode estar ou não incorporada a bens físicos. A tecnologia incorporada está contida em bens de capital, matérias-primas intermediárias e componentes etc. (hardware). A tecnologia não incorporada encontra-se nas pessoas - como técnicos, peritos, especialistas, engenheiros, pesquisadores - sob formas de conhecimentos intelectuais ou operacionais, facilidade mental ou manual para executar as operações, ou em documentos que a registram e visam assegurar sua conservação e transmissão - como mapas, plantas, desenhos, projetos, patentes, relatórios (software).

·          Em suma, tecnologia é o conhecimento que pode ser utilizado para transformar elementos materiais em bens ou serviços, modificando sua natureza ou suas características.

·          A tecnologia tem a propriedade de determinar a natureza da estrutura e do comportamento organizacional. Existe um forte impacto da tecnologia sobre a vida, natureza e funcionamento das organizações.

v  A Teoria da Contingência explica que não há nada de absoluto nos princípios gerais da administração.

v  Os aspectos universais e normativos devem ser substituídos pelo critério de ajuste entre cada organização o seu ambiente e tecnologia.

v  A Abordagem Contingencial é eminentemente eclética e integrativa, manifestando uma tendência a absorver os conceitos das diversas teorias administrativas - cada qual criticando as demais - no sentido de alargar os horizontes e mostrar que nada é absoluto.

v  A tese central da abordagem contingencial é de que não há um método ou técnica geralmente válidos, ótimos ou ideais para todas as situações: o que existe é uma variedade de alternativas de métodos ou técnicas proporcionados pelas diversas teorias administrativas, um dos quais poderá ser apropriado para uma situação determinada, ou seja, tudo é relativo, tudo depende.

v  Não existe um melhor estilo de liderança; admite que “diferentes estilos sejam eficientes ou ineficientes, de acordo com a situação.”

APRECIAÇÃO CRÍTICA DA
ABORDAGEM CONTINGENCIAL

v  A abordagem, procura comprender as relações entre os subsistemas organizacionais e dentro deles, bem como, entre a organização,o ambiente e a tecnologia para definir padrões e relações.

v  Enfatiza a natureza multivariada das organizações e tenta comprender como estas operam sob condições diferenciadas.

v  Busca orientar, na criação de estruturas organizacionais e ações gerenciais nas diferentes situações específicas.

v  Considera que não existe uma melhor maneira de administrar uma empresa.

v  Aceita as premissas básicas da teoria dos sistemas, no que diz respeito à interdependência e natureza orgânica da organização, bem como um sistema aberto.

v  Defende um intercâmbio entre as teorias administrativas e não a aceitação de apenas uma como válida.

v  Enfatiza o ambiente e a tecnologia, sem desprezar as tarefas, as pessoas e as estruturas.

v  Apresenta a concepção do homem complexo.

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